quarta-feira, 11 de maio de 2016

Liderança em tempos de crise e incertezas


O momento vivenciado em nosso país aponta que existe uma falta de liderança. Quem é o líder, hoje, no qual de fato podemos espelhar-nos, buscar algum tipo de orientação ou direcionamento? O que acontece no contexto político do Brasil também tem reflexo nas empresas.

O que faz um líder de empresa em um momento desses? Uma pesquisa dos autores americanos Kouzes e Posner aponta quais características as pessoas mais esperam e valorizam na hora de escolher um líder que admiram.  As quatro principais são:  honestidade; ser visionário; ser inspirador e ser competente.  A credibilidade do líder faz a diferença.

Hoje, o líder precisa saber ser transparente com as pessoas. É o princípio da honestidade que tanto se fala. O que é dito precisa ser feito de uma forma honesta e transparente para que se mantenha a credibilidade junto à equipe, mantendo um alto nível de confiança e segurança para que todos possam se focar no que é essencial.

Alguns aspectos são importantes, como o autoconhecimento. Reconhecer os seus pontos fortes e potencializá-los e identificar os pontos fracos e transformá-los. No momento em que se busca conhecer e evoluir, serve-se de exemplo para a equipe, como alguém que busca essa melhoria contínua. Sabe-se que 70% da questão motivacional vem do relacionamento do líder com a equipe, por isso é fundamental o exemplo. O que não significa ser perfeito, mas alguém que busca se desenvolver.

Outro ponto importante diz respeito à postura do líder ante à adversidade, que  pode ser vista com um desafio, uma oportunidade de crescimento. Muitas vezes essa não é a atitude do líder, que pode colocar-se como vítima, terceirizar a responsabilidade para o mercado e para a economia.  Há empresas que mesmo em meio à crise estão crescendo. Aquelas que hoje apresentam maior dificuldade muitas vezes já tinham dificuldades de gestão, de administração, de relação com o mercado, apresentavam pouco diferenciais ou não criavam uma experiência diferenciada para o cliente, mas como havia uma forte demanda, as coisas estavam andando bem. No momento em que começa uma turbulência, o cliente fica mais seletivo, a concorrência mais acirrada e é preciso ter um diferencial significativo para se manter. Quando o líder faz essa escolha ele é um exemplo para a equipe de qual é o modelo a ser seguido.

A busca pela inovação é mais um fator. É preciso pensar como inovar continuamente em um momento de dificuldade, como melhorar os processos para diminuir custos e aumentar receita; pesquisar o que se faz em outros lugares; como criar novas oportunidades; como melhorar a experiência do cliente. É preciso estar atento para buscar experiências diferentes.  Claro que é preciso alinhar as mudanças com a meta de busca de resultados da organização.

Outro ponto que não deve ser esquecido é o da formação das pessoas. Em um momento de crise é preciso focar no curto prazo para sobreviver, sem deixar de perder de vista o médio e o longo prazos. No médio prazo é preciso saber como formar as pessoas, se há um ambiente que estimula a criatividade e o desenvolvimento, onde o erro passa a ser uma oportunidade de melhoria ou é um ambiente no qual se faz a busca dos culpados, no qual as pessoas buscam se proteger e o erro se repete. Como é um momento de receita menor, é possível buscar alternativas que permitam com que as pessoas continuem crescendo e se empoderando. O mercado exige pessoas com maior autonomia para tomar as decisões que levarão ao resultado, com clareza de onde se quer chegar. Assim a equipe vai estar focada em atingir essas metas.

Texto: Martin Mayer, diretor da Motive Consultoria, empresa com foco em liderança, coaching e gestão de pessoas.


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